segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Digressão Literária. As brumas do segundo turno.

Digressão literária. Voltei para ler os dois volumes que faltavam de "As Brumas de Avalon". Eu já tinha me apaixonado e não me recordo exatamente por que raios não terminei de devorar a saga em três dias. Devem ter motivos mais óbvios como ser atropelada por outras leituras mais, er, "urgentes" e "utilitárias"; e também devem existir razões mais ocultas como o prolongamento do prazer e da expectativa -- tipo aquele pacote de bolacha gostosa que você guardava escondido na gaveta e comia uma por dia para durar mais.
Agora, PAUSA. E sinto que vocês me olham, perplexos: o segundo turno presidencial estrumbando na sua cara e você aí preocupada com Morgana, Artur, Gwenyhfar, Lancelote, fada, espada, bainha, galhudo e a galerinha gente boa que toma todas no boteco da Távola. Não está fácil. E talvez essa seja a terceira razão ainda-mais-oculta para ter voltado às brumas da Senhora do Lago. Porque se o livro de cabeceira pode dizer muito a respeito do estado de espírito de alguém, o que dizer de pessoas, como eu, que carregam livros de gêneros distintos na mochila, por meses? E mais: que vão e voltam em leituras aleatórias? É certo que, do ponto de vista da formação literária, as aventuras de Morgana caíram em minhas mãos um pouco tarde, mas sempre há tempo para preencher lacunas. De toda forma, a minha reconexão com o fantástico, ainda que em um momento de tensão política e inquietações internas, tem sido muito mais prazerosa do que gerado um sentimento de culpa. Diante das exigências impostas e que me imponho, eu tinha me esquecido de como é bom se afundar em personagens, reinos e encantamentos; de como é possível, já que as pessoas dificilmente o fazem, que uma obra gire na mesma verve imaginativa e viajante que consigo entrar, quando reencontro meu botão rumo a Alfa. Recomendo.

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