sexta-feira, 17 de outubro de 2014

a pé

Mobilidade urbana invadiu meu peito no trampo. Estou enfronhada com o tema até às tampas. Aí a gente se dá conta porque faz certas escolhas. Política pública apaixona. De verdade. Você corre, pá, e tal, e fica atrás de dados ciclovias, vira a loucona das faixas, rói as unhas com a repercussão, vive de pauta, de bloco, de síntese, de contexto. A sociedade entendeu? É transporte público. Vamos lá. Todo mundo na rua, isso. Olha pela janela. Tá lá. Faixa. Não é só vinte centavos, nem só mobilidade, é direito à cidade. É pedestre, gente, bike, gente, moto, gente, busão, gente, metrô, gente. Tudo gente ali, me dá um espaço aí. Tipo texto com pensamento atropelado, fica confuso, mas vai, tem que ir. Ajeita, desenrola e sai do padrão, a coisa emperrada, o carro que fala inglês, alemão, francês, faz baliza sem mandar e não sai do lugar. E então o coletivo, o contato, o humano, o todo mundo é igual que flui, aos poucos. O silêncio da bike, inspiração no banho, instante inesperado, divagar no horizonte do viaduto do chá e pá, passou, sem ruído, andou, próximo parágrafo, por favor. É literatura urbana, da coisa que flui, que anda, cidade que pensa é assim, não para, escreve, se move e apaixona.

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