segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Vai ter Copa.

Vai ter Copa, vai ter manifestação, vai ter gente na rua gritando Brasil por mais direitos e chuta essa bola direto pro gol. Tudo ao mesmo tempo, junto e misturado. Vai ter gente que até ontem não sabia o que era impedimento desfiando a escalação do Uruguai de cor e gente que até ontem não sabia o que era democracia de fato estufando o peito nas ruas com bandeiras. Vai ter gente dizendo que Joaquim Barbosa é o novo batman tupiniquim e gente dizendo não falei que o Felipão ia amarelar. Vai ter black-bloc querendo misturar joio com trigo e vai ter o torcedor defendendo a retranca conservadora do técnico. Vai ter um país que quer ir para frente, que não se contenta com a Copa, que quer fazer democracia, quer investimento em saúde, educação, transporte, segurança, quer discutir o destino do PIB, quer jogar futebol, quer avançar em direitos. E isso tudo bem misturado -- de pessoas que torcem pela seleção, mas também lutam por um país melhor -- é o cenário mais exemplar que o Brasil poderia dar ao mundo, quando todos os olhos estão voltados para cá. É de encher de orgulho saber que vamos sediar um evento como a Copa em um momento de profunda agitação política. Não estou nem aí para as malas de estrangeiros que podem ser extraviadas como acontece em qualquer lugar do mundo ou com o taxista do aeroporto não ter proeficiência em três línguas. Que venham os jogos, as manifestações, as festas, as concentrações, as bandeiras de países e de reivindicações, o país vai ferver.
04/06/2014

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