sexta-feira, 27 de março de 2015

Que ideia origin... não, péra.

Eu gosto de acompanhar esses casos ‪#‎fail‬ da publicidade, não só pela questão feminista, mas também pelo processo de criação. Porque, ao contrário do que se imagina, não se trata de "limitar" a criatividade com chatices-politicamente-corretas, trata-se de eliminar as amarras do preconceito de todas as formas no processo criativo.
Não é muito mais incrível imaginar uma narrativa que dê conta de um mundo em transformação? Ah, Ana Clara, mas aí tem que pensar demais. Fica difícil fazer propaganda com tantas variáveis. É, a vida é dura até pra vocês, meus caros.
Mas eu sou otimista: quero crer que os publicitários querem se superar e não apenas repetir fórmulas, certo? Isso que dá o toque original, que se torna inesquecível e não um mega gerenciamento de crise arrancando cartazes madrugada afora ou administrando um completo tiro no pé em nome de esmalte.
Reproduzir preconceito todo mundo faz, não é nada original. E, para usar as palavras que chegam aos ouvidos, tem se demonstrado pouco lucrativo.
É certo que a publicidade é um instrumento a serviço do lucro (e do capitalismo, num sentido mais abstrato), portanto não se importa muito em perpetuar preconceitos e trabalhar com reducionismos e generalizações, entretanto o custo de fazer o "veja bem" tem atrapalhado não só a criatividade, mas também o bolso.
E, desse imbróglio todo, o que me deixa curiosa é o fato de a empresa do produto em questão chamar TODA a responsabilidade para si, de modo que o nome da agência responsável, na maior parte dos casos, fica totalmente blindada. Não que a empresa não tenha que pagar, pelo contrário, mas essa falta de "distribuição da culpa" me intriga de alguma forma.

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