sexta-feira, 27 de março de 2015

Brasil a pé.

Acabei de passar pela Praça da República e vi greve de professores para todo lado. Tudo organizado: credenciamento, jurídico, materiais e aquela certeza da luta de trabalhadores que contagia e irradia. Gente que faz educação no chão da escola e confesso que até fiquei com vergonha dos meus parcos pequenos desejos de médio prazo (esses que você vai pensando no caminhar da vida). Ao atravessar o viaduto do chá, vi um homem ajoelhado recebendo a pregação de um outro homem, figura carimbada do centro, que sempre berra, soca na bíblia, e berra de novo. Ele pregava, pregava e pregava aquela culpa eterna e dizia que todos os problemas serão resolvidos assim que você passar na fila do caixa rumo ao paraíso; aqui, meu caro, desiste. Andei mais um pouco e quando já fazia a curva para entrar na Prefeitura, ouvi um lindo e sonoro "somos CONTRA a redução da maioridade penal" enfáticas e repetidas vezes. Me arrepiei inteira. Foi quando me dei conta de uma Praça do Patriarca lotada de crianças e jovens... rezando. Na faixa do carro de som "via sacra pelas crianças, adolescentes e jovens". E, entre uma oração e outra, lindas intervenções contra a redução, de emocionar gente descolada como eu.
O Brasil não é mesmo para amadores.
E não abro mão de vir trabalhar a pé pelo centro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário